O primeiro post com conteúdo mais técnico do blog só poderia ser sobre o tema campeão de audiência quando se fala em dor que é a "COLUNA VERTEBRAL". Aliás, o tema é tão vasto e complexo que será logo uma série de posts. E eu já começo com algumas perguntas para nossa reflexão. Cada postagem vai tratar de uma dessas questões. - Disfunções (ex. protrusão discal, hérnia de disco, bico de papagaio) tem relação direta com dor na coluna? - Preciso trocar meu colchão ou travesseiro? -Repouso é tratamento? -O impacto é ruim para a coluna? -O que é uma coluna saudável?
Veja também meu bate papo com a fisioterapeuta Cristiane Nascimento sobre esse tema no programa Café sem dor.
Vou responder cada questão dessas orientado pelos meus estudos e pelo que vejo na prática clínica todos os dias. Outras opiniões e visões são muito bem vindas. Os comentários estão disponíveis para essa troca.
DIAGNÓSTICO PELA IMAGEM Pouco podemos afirmar quando se trata de dor. Por ser um processo extremamente subjetivo e que envolve diversas variáveis, fica difícil bater o martelo sobre suas reais causas. Mas, uma coisa já é certa, SUA DISFUNÇÃO NÃO EXPLICA A DOR! 😱 Sei que é duro ler isso. Rola um certo alívio "descobrir" a causa da dor. Além disso, tira nossa responsabilidade do processo. Sabem aquelas frases que nos enchem de orgulho e aquecem o coração. Leia com leveza hein, vão rolar umas provocações bem humoradas aqui. Eu já disse essas coisas em algum momento também. 😁 Afirmações como: "Não posso carregar essas sacolas por causa da minha hérnia" 🤔 "Aqui Marcos, trouxe os exames" (A pessoa tira um calhamaço de papel que sabe se lá Deus como ela carregou esse peso com tantas disfunções....kkkkkkkk) "Não posso agachar, lembra" (rostinho de satisfação) "Eu tenho problema, não posso......isso e aquilo" (expressão de autoridade) Na verdade, uma pessoa pode morrer sem saber que tem hérnia de disco por exemplo. Provavelmente, quem tiver oportunidade de envelhecer vai ter tal disfunção. Essa pessoa vai viver anos com a hérnia e só vai descobri-la se por acaso tiver dor. Como o procedimento padrão nos atendimentos ortopédicos é pedir um exame de imagem. Ao ser descoberta, a disfunção vira explicação para a dor. Nesse modelo, o diagnóstico ainda vem carregado de diversas orientações limitantes. Em geral, sobre não fazer determinados movimentos ou exercícios. O que deixa a pessoa com medo e dificulta um bom tratamento. Os profissionais de saúde mais atualizados e atentos às questões do paciente devem considerar diversos aspectos que vão além dos exames de imagem. Testes de movimento, testes de funcionalidade, seu momento de vida, questões viscerais, depressão e seu nível de atividade física. São exemplos de questões a serem consideradas na avaliação deste quadro.
AS DISFUNÇÕES CRIAM BLOQUEIOS
Me acompanha no seguinte raciocínio. Somos formados basicamente por água. Assim como o planeta terra, mais de 70% do nosso corpo é composto por H2O. As coincidências com a natureza não param por aí. Do mesmo jeito que a água percorre um rio ela também flui pelo nosso corpo. As disfunções seriam como as pedras desse riacho. Em princípio elas não determinam grandes problemas, mas, elas alteram o fluxo natural. Isso pode gerar adaptações e limitações de movimento interno e externo com ou sem dor.
COMO ME RECUPERO ENTÃO
A boa análise faz toda diferença. Existem casos com limitações mais severas sim, mas, são MUITO raros. O que vejo no meu dia a dia com mais frequência são pessoas com diagnósticos tenebrosos. Retomando seus movimentos e a vida perdida. A reabilitação passa por um bom entendimento sobre o seu corpo, exercícios nas direções corretas e com as cargas e volumes adequados. Com esse trabalho bem feito, em 95% dos casos você vai fazer o que quiser. Voltar a agachar, saltar, rolar, andar e correr como qualquer um. Quem leu até aqui já deve estar pronto para desapegar das suas limitações e ter uma vida melhor. Conta comigo, Marcos Bortolato
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